SESSÃO ABERTA: AUDIÇÃO, DOENÇAS SISTÊMICAS E ZUMBIDO
Sobre o Evento
Audição, doenças sistêmicas e zumbido:
O zumbido é
definido como a percepção consciente de um som gerado sem a presença de uma
fonte sonora externa. Apesar de caracterizar-se por uma condição prevalente na
população, ainda permanece como um desafio clínico e científico. Estudos
epidemiológicos apontam incidência variável, acometendo entre 5 e 30% da
população, com predomínio maior em homens, sendo que em aproximadamente 15% dos
casos acarretam em interferências negativas na vida diária, e cerca de 5% são
considerados incapacitantes. Embora muitas vezes não seja
possível definir a etiologia com exatidão, as causas do zumbido podem ser
otológicas, cardiovasculares, metabólicas, neurológicas, farmacológicas,
odontogênicas e psicogênicas. Exemplos de etiologias do zumbido relacionadas ao
sistema auditivo.
1- Causas Otológicas: afeções de orelha externa, orelha média,
orelha interna, VIII par e vias centrais.
2- Causas Metabólicas: abuso de cafeína, metabolismo da glicose
(diabetes in situ), metabolismo dos lipídios, hormônios tireoidianos,
deficiência de vitaminas e minerais.
3- Causas Cardiovasculares: anemia, hipertensão arterial sistêmica,
insuficiência
cardíaca, insuficiência
cardiovascular periférica.
4- Causas Neurológicas: traumatismos cranianos, acidente vascular
cerebral (AVC), esclerose múltipla, sequela de meningite.
5- Causas farmacológicas: anti-inflamatórios, antibióticos, antimaláricos,
anticoncepcionais, diuréticos, metais pesados, solventes, antidepressivos tricíclicos.
6- Causas Odontológicas: disfunção da Articulação Temporomandibular
(ATM)
ou aparelho mastigador.
7- Causas Psicológicas: ansiedade, depressão, síndrome do pânico.
Além disso, sabe-se
que pode ter etiologia multifatorial, sendo descrita a associação com doenças
de orelha média, afecções neurológicas e neurodegenerativas, cardiovasculares,
metabólicas, psicológicas ou, na grande maioria dos casos, pode ocorrer
associado à perda auditiva do tipo neurossensorial. Apesar de serem sintomas
frequentemente concomitantes, sabe-se que o zumbido pode ser um sintoma
percebido como mais prejudicial pelos indivíduos do que as implicações
negativas da perda auditiva em si. O zumbido também pode ser referido por
indivíduos com audição normal em cerca de 5 a 10% dos casos. Apesar de ser uma
condição menos frequente, a literatura discute o fato de que o zumbido deve ser
considerado um sintoma relevante nesses sujeitos, pois pode ser um sinal
sugestivo de perda auditiva futura ou de uma alteração já existente, porém
ainda não detectada pelos métodos convencionais. Algumas pesquisas têm sido
realizadas nessa população, no sentido de elucidar a possível relação entre o
zumbido e o funcionamento das vias auditivas centrais, bem como audiometria de
altas frequências e supressão das emissões otoacústicas. Ainda assim, poucas
pesquisas têm sido realizadas com o intuito de comparar sujeitos portadores de
zumbido associado ou não à perda auditiva neurossensorial e compreender
diferenças quanto à caracterização do sintoma e implicações na qualidade de
vida.
Referências:
MORES, Jaíse Thainara; BOZZA, Amanda;
MAGNI, Cristiana; CASALI, Raquel Leme; AMARAL, Maria Isabel Ramos do. Clinical profile and implications of
tinnitus in individuals with and without hearing loss. CoDAS , [s. l.], , 2019.
PADILHA, Cristiane Bertolazi. Zumbido: Abordagem
teórica. 2006. Trabalho de conclusão de curso (Fonoaudiologia) -
Universidade Federal de Santa Maria, [S. l.], 2006.
Programação
| Atividade do Evento | Início | Término | Palestrante |
|---|---|---|---|
| Sessão Aberta: Audição, Doenças Sistêmicas e Zumbido. | 15/05/2023 19:00 | 15/05/2023 21:00 | Profa. Dra. Mara Renata Rissatto Lago |